Mentiras da Criação
Novamente criando palavras, mente que mente,
ente que não comando e sente o que não senti.
Faz do mar bravo, quando ele esta calmo e doce,
põe elmo no soldado da paz e deixa o anjo feroz.
Faz ventania do sopro de boca carnuda, desnuda,
o corpo coberto, num aperto de mão quebra noz.
Faz escravos os desenhos do alfabeto e sem voz,
discursa aos gritos, sofrer e delirar, lento e veloz.
Novamente montando travas na liberdade aguda,
doença crônica, vomita flores, faz céu de estrelas.
Faz artesanatos em estrofes líricas, cria saudade,
na presença constante faz orfanatos, pari solidão.
Faz poesia com o Sol numa gargantilha, faz ilha,
da Lua na noite, guia os passos do bêbado pagão.
Faz e desfaz anomalias, faz lareira apagar o frio,
faz ternura para pagar os vivos gemidos do amor.
Novamente verbo em queda livre dos neurônios,
homônimos da felicidade , criei sem sangue e dor.