BALADA ZEHOMÉRICA (psicografia de um esquecido)

Ei, você... Você... Você...

Você nu aí no canto

Sim, você que engole o pranto,

Sim, você... Nunca será

Dessa terra de caretas

Quem mandou não ter chapéu?

Quem mandou não chacoalhar,

Não saber cuspir pra o céu

Conforme a banda tocar?

Você, não... Nunca será

Dessa terra de caretas

Essa tua poesia,

Seu otário!

Não fala de putaria,

Seu otário!

Não dedica a cantoria

Ao otário

Que comanda a caretice...

Ordinário!

Sim, você... Jamais será

Dessa terra de caretas

Quem mandou não babar ovo,

Seu babaca!

“Ser careta é ser do povo”,

Seu babaca,

Pobre carta enfim banida

Do baralho

Viciado em comodismo...

Seu otário!

Você não, jamais, não mesmo,

Nunca sim, mil vezes nunca,

Não e não, jamais será,

Nem com a peste, nem com a gota,

Nem de azul ou de vermelho,

Nem que a agulha estupre a mosca

Que há no fundo do camelo,

Nem à bala... Você, mala,

Mole é seu falo sem pelo

Que você balança e estala

Como fosse ingrato relho

Respingando prostitutas

Sons com pus, esperma e tretas.

Sem dever, nunca será

Dessa terra de caretas

É preciso que enlouqueça

Pra que possam te aceitar

Nessa terra de caretas,

De robôs, manés, maná...

Do contrário, nobre amigo,

Não se mate a poetar,

Pois não deixarão que esqueça:

Quem mandou ser tão cabeça?

Dessa terra de caretas

Você não... Jamais será.

Prof Lucivaldo
Enviado por Prof Lucivaldo em 17/08/2013
Reeditado em 02/11/2013
Código do texto: T4438260
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