Cortinas Afastadas, Olhos Vagos!

Trocadores de palavras, informes desconexos,

Taperas elevadas, ranço por todas as fomes,

Da pior, aquela que rasga o interior vivente,

Olhos vagos pelo dia, também pela noite,

Parâmetros desacertados nos confins do âmago,

Revoltas por mal conter suas próprias angústias,

Até quando se calam, julgam como ofensas,

Qualquer coisa expia opulência, alegria então...

Artigo de luxo no atacado & no varejo, tão caro,

Notas de um violão encostado num canto,

O silêncio perdido para novas transparências,

Novos textos para serem escritos, tocando violão,

Pelo menos tentando para sair do ostracismo,

Resumos para serem publicados, canto de sala,

Fios descascados para novos trocados, plásticos,

Água batendo na porta, trocados voando outra vez,

Óperas de um cotidiano onde farsa & veracidade,

Se entrelaçam por todo o entorno vigiado,

Alagados de lamúrias para conceitos arcaicos,

Baratos & afins, tocando um rock na rádio,

O Sol que se toma pela tarde direto na cara,

Sem tempo para recolher todos os escombros,

Perdidos numa noite limpa, amores imperfeitos,

Água que esquenta no caneco, ficam esperas,

Frango na panela, arroz de ontem, passas,

Alegorias de implantes por todos os domicílios,

Na escuta, tons desafinados, dedos rebeldes,

Olhar e não tocar, nem a boca beijar,

Tragédias, roubos & quetais, guerras sujas,

Colarinho branco & traficantes passeando,

Amar ainda é um verbo proibido em certos meios,

No fim que justifica os erros, quando erramos...

Mais cortinas sendo abaixadas como se fosse vergonha,

Não é só tesouras & facas que cortam sem fio,

Por medo nos escondemos da luz!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 10/04/2007
Código do texto: T443823
Classificação de conteúdo: seguro