POR SILÊNCIOS
Borboletas gravitam dolorosas.
Silêncio da tarde
e o rio.
Riso e prosa fazem verso,
andorinhas migrantes no céu da boca.
Água que corre, bandeira de solidão
e morte.
(vale o aceno à cerveja e
o termômetro medido entre o
irreal e o vivido)
Somos muitos
nesta margem,
os mesmos de antes, pura vassalagem,
como diria Neruda.
Somos poucos por silêncios e escuta.
Água que corre, bandeira de solidão
e Norte.
Gravita ágil borboleta
cujo nome é futuro.
- Do livro O SÓTÃO DO MISTÉRIO. Porto Alegre: Sul-Americana, 1992, p. 104.
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/44380