A Porta
Abre-se ao frio, com o rangido da porta,
pedido de clemência ao extravio do som,
canto da ferrugem na dobradiça morta,
grito do metal seco, frio,
alguém que entra!
Bate-se ao vazio, como o tambor da porta,
com a decência na calma alma, a casa só,
e o santo de madeira na cristaleira em pó,
do tempo letal do silêncio,
alguém que sai!