Deixo a vida como deixo o tédio.
                           Álvarez de Azevedo

Noturno

Enquanto a loucura não me abraça
E as vestes da morte não me sepulta
Cubro de luto os pensamentos.

Enquanto a vida não me corrói inteiro
E os olhos abertos cegando nevoeiro
Construo outros sentimentos.

Enquanto meu ser manter fidelidade
Ao meu ser fiel a infelicidade
Descubro um mundo desabitado.

Enquanto estiver debaixo dos escombros
Sentindo o peso dos dias nos meus ombros
Não mudarei o que não será mudado.

Enquanto a luz clarear a escuridão
Caverna escura habitando o coração
Nevego por sonhos imaginários.

Enquanto a parte obscura do meu ser
Quiser mais um dia sobreviver
Construo a minha cruz e calvário.

Enquanto o lado noturno me quiser
E uma força estranha me disser
Não é hora ainda da partida.

Vivendo e tropeçando manco
Aos trancos e barrancos
Vou me despedido aos poucos dessa vida.

Tony Bahi@.
Tony Bahia
Enviado por Tony Bahia em 16/08/2013
Reeditado em 16/08/2013
Código do texto: T4437289
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.