Mortos no chão
A água está acabando no mundo
E ficando difícil pra gente
Baixa o nível a cada segundo
E o planeta fica mais quente.
Rios secaram tão de repente
Os açudes perderam a cor
Brejos se tornaram inexistentes
E a água não tem o mesmo sabor.
As minas estão muito doentes
Sem direito a medicina
Perdendo o lençol e a mente
Seria a poluição assassina?
A ferrugem está na torneira
Daqueles que não podem pagar
Não é ironia nem brincadeira
Existe em todo lugar.
As enchentes ficaram raras
Não vejo nuvens se formar
As geleiras dissolvem e não para
E aquém devemos imputar?
O que acontecerá com o ser
Que dela depende pra vida
Continuará a perecer
Ou ainda há uma saída?
Confesso que é temeroso
De ferver a imaginação
Sem esse líquido precioso
Estaremos mortos no chão.
Francisco Assis é poeta e Bombeiro Militar
Email: assislike1@hotmail.com