OLHAR NOTURNO

(Sócrates Di Lima)

Olho da janela a noite chegar,

O vento frio em rajadas gélidas,

Tocam minha face devagar,

E deixa meu olhar em gotas sólidas.

E o calor que evapora de dentro de mim,

É como a saudade em fornalha,

Mas não é tão ruim,

pois da face um efêmero suspiro não falha.

E assim a noite caminha,

No meu olhar noturno,

Uma visão só minha,

Olhar diferente ao diurno.

Talvez um olhar vago,

Sem o outro olhar na linha da visão,

E neste olhar eu trago,

Tonalidade turva na curva da escuridão.

Vejo vazia a via láctea real,

não há nela a luz do seu olhar,

Nem as cores da aurora boreal

Nem a miragem da luz solar.

Fecho os olhos no negro véu,

Como as ondas negras do neptuno,

Fecho-me somente com as estrelas do céu,

E me entrego apenas aos raios perdidos de um olhar noturno.

Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 15/08/2013
Reeditado em 15/08/2013
Código do texto: T4436270
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