Sonho assustado

Noite alta, os olhos fechei pra dormir

Cama fria, não tem cheiro o cobertor

Quarto sujo, escuro, chão empoeirado

Ao lado um livro, uma história de amor

Posso dos amantes o sofrer ainda sentir

Desci a rua andando em meu sonho

Que se mais rápido me encontra acordado

Tão nítido, inesquecível se apresenta

De lenta forma, que me deixa assombrado

Foi meio triste, misterioso, medonho

Em plena noite passa um fúnebre cortejo

Um caixão escuro de criança vão levando

Uma voz de moça eu escuto de repente

Tremente voz pelo meu nome chamando

Desconfiado de me aproximar desejo

Ao chegar perto daquele lacrado caixão

E da criança vejo o rosto pelo vidro

De uma prima há muito tempo falecida

Colhida flor antes de ser o sol nascido

Com violência fora arremessada ao chão

Pra que mais uma despedida seja feita

A moça abrir o caixão quer a todo custo

Pra que não seja assim, eu muito insisto

Desisto, o caixão é aberto e logo um susto

Algo acontece que ninguém jamais suspeita

Ela abre os olhos sem qualquer um perceber

Muito assustado tento a todos alertar

Chorosos não me ouvem nem olham pra mim

Assim, tem todo o tempo para se ajeitar

Pula e meu braço logo começa a morder

Lanço-a pra longe de mim, e ela se põe a chorar

Contra mim logo se volta num instante a multidão

Dizendo que eu matei quem outra vez reviveu

Besteira! clamei, me derrubaram no chão

Desesperado, assombrado, acabo de acordar.

Francisco Adenilson
Enviado por Francisco Adenilson em 15/08/2013
Reeditado em 04/12/2017
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