BREVE REFLEXÃO

Com arado nas mãos fere a terra

Faz a semeadura no tempo certo

Nas intempéries do clima espera

Da sagrada terra o ventre aberto...

Extrai das furnas da terra aberta

O minério, o ouro e o diamante

Lá a ilusão da vida é descoberta

Na escuridão do futuro brilhante...

Da terra parte ao céu e aos seus mares

E depara-se com a infinita amplidão

Contempla com os incrédulos olhares

A inalcançável perenidade da criação...

Para à sombra de uma calma árvore

Vê folha solta de galho seu repousar

Pensa com a frieza de um mármore

Solto no silêncio um segredo no ar...?

É o trabalho do tempo no homem

Como verdes embalados pelo vento

Segue sua história de sentimentos

Repousa ao final e as dores somem...

No arado da caneta, palavras são sementes

Da furna da solidão surge ouro na mente

Parte do coração sentimento à eternidade

Poesia solta de nossas mãos à humanidade...