Amor Perdido


Estes são os versos que trouxe
Das noites sonolentas
Das longas tempestades violentas
Que deixou meu oceano verde
Bravio
Que apagou o pavio
Do meu candeeiro
Naufragou meu navio
De papel
 
São estes os pedaços dos versos
Náufragos de uma madrugada
De relâmpagos
Em que o filamento da lamparina
Foi queimado
E os grafites agiram por puro
Instinto
E a chuva colocava seus tremas
Na vidraça da janela
 
As trovas eram de trovão
E os versos ficaram sem rimas
Quebrados
Sem refrão
Eram apenas lágrimas da natureza
Em profunda convulsão
 
Ela deve ter um grande amor
Perdido
Para chorar deste jeito.
 
 
                  Luiz Alfredo - poeta
 
 
 
luiefmm
Enviado por luiefmm em 14/08/2013
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