Do Amor Que Ainda Me Beija

Você finge que vai embora dessas grades do meu pensamento

e, assim, livre eu tento voltar para o sorriso, sem demora;

como se já fosse a hora de festejar o esquecimento;

mas, sempre volta o momento que a minha alegria chora...

é quando ouço a sua voz que (como um fantasma) murmura

ecos de uma cruel ternura que já foi terna entre nós

mas, agora, é uma algoz que (com esse beijo) me tortura

beijando a minha loucura no silêncio que fica, após.

Não enlouqueço, porém, porque o amor é minha lucidez

e tudo o que ele já fez foi só me beijar com o seu bem;

e, assim, eu não beijo mais ninguém...e, grande, é a timidez

quando (aparece outra vez) a boca de um outro alguém...

e eu prefiro continuar sem...como se fosse viuvez

do amor que se desfez mas, continua me beijando também.

14-08-2013

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 14/08/2013
Reeditado em 10/12/2015
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