MARIONETES


Passos nas calçadas de pedras portuguesas,
cintilando iris em portas de vidros.
Atrás das cortinas,
pelo rasgo feito,
vê-se uma vela que queima .
E cheira. 

Teatro da vida.

Sombras de pessoas, pelas ruas vagueiam
inventando faces, com as pontas dos dedos,
em transparências cinzas
de papéis de seda. 

Sonhos viajantes,
ontem navegantes pelos travesseiros,
nem se deram conta -
foram rasgados,
em trigo colados,
na água desfeitos.

Hoje são bonecos

e tentam, sem medo,
rindo do passado,
ao menos ser brinquedos de papel machê.
Miriam Dutra
Enviado por Miriam Dutra em 14/08/2013
Reeditado em 12/03/2019
Código do texto: T4434500
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.