Inércia
Até o ar seco que argumenta com minhas narinas,
O extático e exausto movimento dos automóveis,
O cansaço com que me carrega a vida sequiosa,
São frutos do tempo curto.
Até a vida voraz
Trazendo envolta em seus braços
A morte, a lacônica morte,
É breve... bela e breve.
E mesmo o amor,
Este indizível e aprazível amor!
Que louco, oculto, feérico, lírico e rico amor és.
Este que mora, até que morra,
No coração recôndito humano.
Mesmo este amor:
Não pode suportar a dor...
A dor do tão raso amor,
A dor, despedida dor!
A dor sem cólera e calor!
A dor de ver-te em braços sem amor.
A dor...
Ardor...
Amor...
Furor...
A dor!...