MANUAL PRÁTICO DA ESTUPIDEZ
Cadê a criança que habita esta casa?
Correndo por um corredor cheio de promessas,
brindando paz aos desatentos
sem expectar recompensa.
Em qual caixa se perdeu o momento feliz?
Raro, frágil e despercebido, quase acidental.
Atrás da pilha de troços amargurados
perdeu-se o agora desperdiçado.
Por que treme ante a face desnuda de sua máscara?
Olhe a sombra da criança amuada atrás de seus papéis,
percebe que o vazio é sereno
e de fato, repleto de ser.
Aos discípulos do desamor a ordem é controlar.
Obediência não vem natural, nos é arrancada sem cerimônia.
Surge faísca onde haveria corrente,
surge violência onde brotava compaixão.
À criança que sobrevive, nossas salvas
que continuem resistindo, iluminando o mundo
com suas imaculadas almas.