Em meu avesso

Em meu avesso

Sorrateira, paginas o meu oculto

e reviras minhas gavetas aparentemente vazias...

Sem que perceba, lê-me e me decifras

pelo que enxergas além das tuas retinas .

Adentras os labirintos estreitos e obscuros da minha alma,

atravessas, entre intempéries, os meus desertos

e eis que encontras as chaves do meu ser.

Há lixos guardados em mim e que precisam de remoção,

emoções reprimidas e sonhos estacionados

que formam um pretérito de marcas,

feridas ainda abertas,

que refletem no cinzento presente de dor

e que impossibilita a visão do horizonte.

Com zelo e apreço, entras em minha vida,

acalmas a borrasca, curas minhas dores

e faz-te , ao largo, dona dos meus sentimentos.

Beto Acioli

13/08/2013