Flores Tóxicas

Feridas abertas desabrochando

Emergindo de nossos olhos,

Flores na erosão ocular do crânio

Intoxicadas pela radioatividade do tempo

Corroem o terreno carnal das identidades,

Rostos trincados pela elipse dos sorrisos

Tornam-se canais abastecidos pelo orvalho

Venenoso que emana das flores

Irrigando nosso campo de mágoas,

Nossas quimeras mortas no coração

Tornam-se húmus de nossas almas doentes

Para um dia nossas plantas carnívoras

Chamadas de pálpebras, que todas as noites

Comem a nossa carne em sono

E velam nosso sofrimento velho,

Fecharem a boca para eternidade.

Leandro Tostes Franzoni
Enviado por Leandro Tostes Franzoni em 13/08/2013
Reeditado em 13/08/2013
Código do texto: T4432062
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