PÁTRIA LUSA
1
Homens de sangue luso tão valentes,
Por terra e mar agreste da conquista,
Ficaram na memória destas gentes,
Que dos céus a divina graça vista
Em seus olhares mútuos sempre crentes;
Como bravos barões de nobre lista,
De alma e de corpo sempre permanentes,
Do longo e perigoso mar persista
A pura lealdade a que os sujeitos
Seus caminhos brilharam em seus feitos.
2
E pelo maior tempo destes anos
Que fizeram a sua grande história,
Libertados dos tristes desenganos
Que tanto sobejaram luz da glória,
Tão audazes espíritos profanos
Rumo à nobre conquista da vitória,
Sem que possam sofrer maiores danos,
Em modo e forma sempre tão simplória
Desta arte que me exalto nos meus versos,
Dos duvidosos mares tão diversos.
3
Cesse tudo o que Bardo e o Goro lutam
Pois, a garra dos lusos é tão grande,
Que dos seus longos anos mais escutam,
A maior voz que assim que tanto mande
Nos vossos maus desejos não enlutam,
As duras pretensões de quem escande
Uma voraz vontade que permutam,
Como de verdadeira e boa estande
A que ilustre paixão já lusitana,
Não teme quem pretende ver se a engana.
4
Outro grande valor por esse mundo,
Está ser levantado na viagem
Que os heróis lusitanos de profundo
Sentido responsável, pela imagem
De consolidação dum aprofundo
Desejo soberano, em que a paisagem
Do horizonte gentil jamais inundo,
Em longo território de coragem;
Nunca perdidamente nesta vida,
Será desfeito em sorte sem medida.
5
Pelos ventos agrestes da esperança,
Lusos vão navegando rumo oriente,
Com uma maior fé da temperança
Já vindos do alto mar em ocidente,
Que as nuvens apartaram segurança,
Mas sempre coração enorme e mente
Destemida a remarem na balança;
Tempo que a sul o sol se põe crescente
E as naus passaram muitas das fronteiras,
Que tanto assim ousaram ser primeiras.
Angelo Augusto