Olhos do Adeus
Olhos do adeus.
Sob a neblina que tange o teu olhar
Minha nau se perde a deriva.
Num adeus sereno, pleno sem meias palavras.
Doçura candura elo quebrado.
Lágrimas buscam o sal do teu mar.
Amando com insanidade daquele que ama.
Que ama o improvável.
Que luta pelo impossível.
Que acredita no inconcebível.
Que se perde no imensurável.
E tudo se transforma sob os olhos do adeus.
Rio caudaloso que corta planície.
Fecunda vale recria histórias.
Escritos em pergaminhos da memória.
Brisas que nos ombros levam meus sonhos.
Permanece o momento trágico mágico da despedida.
Sob os olhos do adeus.
Sob a neblina do meu olhar perco-me.
Encontro-me.
Amor nos braços inerte frio.
Sem poder dar um abraço.
O que me resta entre o nó e o laço são as amarras.
Sob os olhos do adeus.
Sob os olhos do adeus sem palavras sem sonhos despeço-me.
Guardo o que me cabe:
O beijo do teu olhar acalentando minha alma.
Amantino Silva 11/08/2013