Nós
Acordaram-me hoje,
Mas ainda tinha vontade de dormir
E ver se sonho
E vejo o passado
E vocês...
Mas não posso dormir,
Então me levanto
E me tranco em mim mesmo,
Em livros..., canções..., saudade...
E vocês...
E me enclausuro no medo da morte em vida;
Cativo-me no êxtase do sono
E desfaleço outra vez,
Por querer viver em vida
E encantar o mundo
E encontrar o sol
E vocês...
Um violão solitário soa em minhas mãos...
Uma poesia presa voa em meu pensamento...
E sinto que estou perdendo a vida,
Sinto que ela corre e eu,
Parado, não a vivo...
E nem me encontro,
Mas quero rever
Vocês...
Caminho, ao tédio (onde estou), estático,
Um vento morto me sopra a poesia,
Levanta-me a poeira...
Tantos bilhões, mas quero
Vocês...
Oh alegria!
Indizível alegria!
Onde moras?!
Respondem-me os ecos do vento e d’alma:
Em vocês...
Mas que são vocês?
Momentos, sorrisos...?
Amigos?
Sinto que são “eu”...
E me encontro em vós...
Penso que somos nós
Um cordão...
E sou vós, tu és mim, nós somos nós... E tu és
Vocês...