vestimenta nova
hoje me despi
antes tão encapuçada
me escondia do frio da amargura
me despi da roupa tão comprida
escondia minha verdadeira roupagem
tirei toda a cobertura que cobria meu calor humano
tinha frio, mas não tanto
retirei esse manto
que eu pensava que me protegia
guardei em um lugar secreto
a roupa que já não me cabia
queria doá-la, oh roupa escura
mas ninguém a queria
essa roupa afugentava quem a via
qualquer um a temia.
era uma pesada manta que me cobria
e o frio ainda eu sentia.
ao tirá-la eu temia
o frio que ali vinha
mas o calor que também sentia
afugentava o medo que vinha
oh roupa escura que tinha
guardá-la não convinha
comprar outra sim
obrigação eu tinha
agora no espelho eu via
nova camuflagem , me cobria
e agora? o que eu temeria?
será os mesmos medos que partia?
ah desnudei-me, que alegria!
era muito pesada e muito fria.
quero me vestir de alegria
antes era a tristeza que eu vestia.