O LADO MAU DA CULTURA
Pedes-me que olhe em frente,
na mira do meu Poente,
que vislumbro como certo,
porque ronda aqui…, bem perto.
Está tão distante de mim
que até já lhe vejo o fim…
Não sei bem qual a distância
a que estou da minha infância,
mas do poente, sei eu.
Por vezes levanta o véu
e deixa-me calcular
o quanto possa sonhar
ainda, na minha vida,
tão bela quanto sofrida.
Eu viajei neste mundo
com seres dum saber profundo
e com outros que, sem querer,
fizeram-me compreender
que a santinha ignorância
tem a sua relevância.
Num momento em que cultura,
dentro da actual conjuntura,
nos leva a saber demais,
preferia que os jornais,
revistas e outros que tais,
não relatassem misérias,
que tiram, às gentes sérias,
vontade de continuar.
Não gosto de coabitar
com ladrões, aqui na Terra,
porque promovem a guerra.
Prefiro a paz do além.
Lá, não se lesa ninguém.
2013-08-11