STATUS: A MAIORIA
Levo vida pobre de pobre,
sem tostão de prata ou cobre,
e a vida é coisa triste e séria,
é boa e vou levando na miséria!
Banco às vezes o bom moço
pra ver se consigo o almoço!
Banco às vezes o santo, santo,
pra orar e ver se, junto, eu janto!
Sou apenas mais um no terreiro
sem money, argent ou dinheiro,
em papel ou moeda de metal,
de vil metal, pro bem ou pro mal!
Rico vive sentado e eu vivo em pé!
Rico anda de carro e eu ando a pé!
Sou consumidor das Casas Bahia,
sou mais um sem as contas em dia!
É uma poesia de patriótico por inteiro!
Não pergunte, o que você faz pelo país,
ao malufo, ao sarneynto ou ao calheiros,
pois só o roubo faz o canalha ficar feliz!
Botucatu, 14/06/1984