Santos e pecadores.

Não poderei mais pisar aqui!

Disse meu coração e chorou

triste de mansinho...

Não, não poderei mais!

E enquanto isso tu sorrias...

sim, aí de longe tu sorrias.

Os muros da igreja são pesados

e densos... a luz das velas

é como um ponto de repouso

que cintila e pode se apagar

quando a dor for imensa...

Mas ainda assim eu sabia

que aí, em algum cantinho longe,

teus olhos meigos sorriam.

Não posso mais pisar neste chão!

Meu coração está denso

como as colunatas desta abadia!

Nem percebo que estou tremendo toda,

tola... como se inda fosse uma menina.

O capelão reza na nave central da Igreja,

ao meu lado uma senhora repetia

as contas de um rosário velho

ao lado da imagem do Cristo.

Como é triste o sangue a brotar

em suas chagas abertas!

Sentada no meu cantinho

julguei se eu estaria melhor...

nunca compreendi bem

a razão disso tudo

como um ato de amor

que nos deixa tão feridos.

Não, eu sei que sou tola!

E não consigo nem juntar

palavras...

nem sei porque estou aqui,

Mas eu sei que por aí,

em algum cantinho longe,

mansamente entendias

que meu pobre coração

na verdade te pedia.

Então tu sorrias!