DUETO
Rude poema
Quero um poema que represente
Isto que não se diz nem se mente
Isto que não se engana e se clama:
Essa dor de se estar presente.
Quero acordar dessa textura – lixa
Que o roçar do tempo arranha – carne viva
Manhã até perder a vista...
Palavra de veia e de sangue embebida
Quero um poema e a luta que ele empreste
Poema que desnude, esmiúce, agreste
Poema sólido, rasteiro, dilacerante
Quero a verdade! Quero o mundo inteiro
Um poema entregue, tornado doce, trigueiro
Surpreendente abraço...verdadeiro.
Sônia Prazeres
ECO I
Queria ter o dom de te dar isso
Que representa mas não mente?
O qual clama e está sempre
Presente...
Textura que não arranha
Ou que se faz perder de vista
Ébria me tornaria
Artista!
Verdades dilacerando a luta
Ah! Como seria perfeito
Se um escrito meu
Abraçasse esse feito!
Kamilla Borges
ECO II
Já o dom de pronto se apresenta
Não mente, não representa
Fala e poesia entoa...exala.
A textura é de tinta
Lisa caneta contente
Ou teclas tamborilando luta:
Verdade não se desmente.
Ah Poetisa! O perfeito é eterna busca
Mas o abraço...
Teus escritos já o tem feito!
Sônia Prazeres