DUETO

Rude poema

Quero um poema que represente

Isto que não se diz nem se mente

Isto que não se engana e se clama:

Essa dor de se estar presente.

Quero acordar dessa textura – lixa

Que o roçar do tempo arranha – carne viva

Manhã até perder a vista...

Palavra de veia e de sangue embebida

Quero um poema e a luta que ele empreste

Poema que desnude, esmiúce, agreste

Poema sólido, rasteiro, dilacerante

Quero a verdade! Quero o mundo inteiro

Um poema entregue, tornado doce, trigueiro

Surpreendente abraço...verdadeiro.

Sônia Prazeres

ECO I

Queria ter o dom de te dar isso

Que representa mas não mente?

O qual clama e está sempre

Presente...

Textura que não arranha

Ou que se faz perder de vista

Ébria me tornaria

Artista!

Verdades dilacerando a luta

Ah! Como seria perfeito

Se um escrito meu

Abraçasse esse feito!

Kamilla Borges

ECO II

Já o dom de pronto se apresenta

Não mente, não representa

Fala e poesia entoa...exala.

A textura é de tinta

Lisa caneta contente

Ou teclas tamborilando luta:

Verdade não se desmente.

Ah Poetisa! O perfeito é eterna busca

Mas o abraço...

Teus escritos já o tem feito!

Sônia Prazeres

Kamilla Borges
Enviado por Kamilla Borges em 09/04/2007
Reeditado em 09/04/2007
Código do texto: T442847
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