Servo
Não sei se em meu coração
ainda há uma sala vazia;
onde eu possa hospedar uma emoção
que te aqueça, nessa noite fria.
Não quero fingir que não vejo
o semblante da sua carência;
mas, talvez, não te mostre o desejo
que precise ver com urgência.
Meu carinho é como edredom
(que aquece com leve calor)
é macio!...está limpo!...é bom!...
mas não envolve (como um cobertor).
Sua noite pode ser, também, minha
pois, em mim, há espaço para dois;
mas não posso assegurar que (sozinha)
você caiba em si mesma, depois.
O amor que trago em mim,
não é meu (não pertence a ninguém)...
E, por ser tão livre, assim,
é o Servo (a quem sirvo também).
Maio - 2010