FAMA
Um Picasso na parede,
um Hemingway na estante,
por que sempre valem mais
nunca menos,
que meus poemas desconhecidos.
Minhas rimas
não são leiloadas.
ninguém paga milhões.
A fama,
talvez, não se explica,
ou tem explicação?
Freud explicaria?
na dúvida,
acho que sim!
acho que não!
Calcular um verso ao quadrado,
medir a hipotenusa de uma rima,
ou compor um poema
a um amor impossível,
é possível que magoe
meu coração,
mas não aumenta o saldo
da minha conta bancária.
Nesta inspiração capitalista,
de duas palavras ou rimas
sem o símbolo do cifrão,
a fama me alcançará?
Ou serei mais um que tentou
desvendar este mistério,
sem nunca conseguir...
e nem sequer entender
a existência da calçada da fama.