OS LUSÍADAS MODERNOS
As cobras e os ladrões assinalados,
Que desta grande merda lusitana,
Por cofres nunca dantes tão roubados
Passaram para além da terra engana,
Sem perigos nem guerras, mas pilhados,
Mais do que conseguia a subumana
Força, e dentre da gente escangalharam,
Novo reino, que tanto assim mataram.
E também nas memórias fantasiosas,
Dos gatunos que foram larapiando
A fé, governos, terras mafiosas,
De norte e a sul andaram devastando
E aqueles que por obras gananciosas,
Se vão da lei gamanço libertando;
Humilhando estarei por toda a parte
Se a tanto ultrapassar o engenho e Marte.
Cesse o poder e o enorme desengano,
Das roubalheiras grandes que fizeram,
Cale o poder do grande e vil engano
A fama dos gamanços que tiveram,
Que eu cago o peito roto lusitano
De quem ladrões e Marte intercederam,
Pare o que a roubalheira antiga canta,
Que outro maior gamanço se levanta!
Angelo Augusto