OS LUSÍADAS MODERNOS

As cobras e os ladrões assinalados,

Que desta grande merda lusitana,

Por cofres nunca dantes tão roubados

Passaram para além da terra engana,

Sem perigos nem guerras, mas pilhados,

Mais do que conseguia a subumana

Força, e dentre da gente escangalharam,

Novo reino, que tanto assim mataram.

E também nas memórias fantasiosas,

Dos gatunos que foram larapiando

A fé, governos, terras mafiosas,

De norte e a sul andaram devastando

E aqueles que por obras gananciosas,

Se vão da lei gamanço libertando;

Humilhando estarei por toda a parte

Se a tanto ultrapassar o engenho e Marte.

Cesse o poder e o enorme desengano,

Das roubalheiras grandes que fizeram,

Cale o poder do grande e vil engano

A fama dos gamanços que tiveram,

Que eu cago o peito roto lusitano

De quem ladrões e Marte intercederam,

Pare o que a roubalheira antiga canta,

Que outro maior gamanço se levanta!

Angelo Augusto

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 10/08/2013
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