Aos olhos...
Aos olhos...
Espelho diz
Ser da alma refletindo
O ser
Sua real forma de existir
Como refletir seus negros pensamentos
Os são premeditando palavras e sentimentos
Não existentes em seu próprio desejo de ser real
Inverdades contidas em sua boca beijam-lhes os lábios
Fingindo ser doce o fel que envenena sua própria alegria.
Brilho falso do glamour que não lhe cabe cobrir brilhantes
De vidro frágil despedaça ao menor contato
Da própria realidade que lhe assombra
A alma perdida na escuridão das mentiras que lhe servem de verdades aparentes
Falsos sorrisos na multidão
Ainda assim sentirá solitário pelo caminho que apreende fuga
Entregue aos vícios de uma vida falsa.
Corre pela vida matando o que lhe seria real
Em verdade jogado de braços e abraços frios
Gritando o prazer que não lhe têm sucumbindo
Aos caprichos do que nunca seu será de fato
Te sujeita à fantasia de uma vida
Que nem a tua própria existência idealizou
Coexistindo a beira do negro abismo
Negando sempre ser seu próprio erro.
O que é diante de tanta irrealidade?
O que de fato pulsa em seu peito
Coração de negros sentidos bombeando sangue da loucura
De ferir e matar
O que bem tenta te dar
Sentimentos únicos
Feixes de luz por entre frestas de sua janela entram em seu mundo
No único propósito de te dar um ser coração.
Não se diz aos olhos tudo aquilo que de real não sentes
E nem de fato seu será
Pois viver em cinzas é preciso matar a vida
Que lhe sorria e acenava com luzes verdadeiras de ser teu único coração
Se foi na noite escura de seus próprios desejos
Segue vagando em suas mentiras de ser feliz.
Não se diz aos olhos o que não irá sentir
A noite acaba
Luzes se ascendem
E o espelho a sua frente
Outra vez estará
Revelando as marcas e dores de tudo àquilo que por terra deixaste
Na tua noite de glamour cicatrizes
Sempre estarão lá
Sangrando lagrimas
Que no sorriso amargo
Silenciaste o coração.
Mauricio Claudio
artc