Solta pelo ar

Matéria solta no ar

balança rangindo um som

que adormece o corpo, as esperanças, o olhar

longe do chão muda-se o ritmo

o embalo da alma perde o tom

sem movimento tudo fica estagnado no íntimo

A vida não acontece na inércia

parado sem pulsar não existe dom

a dor se torna mentira, gritos de falácia

Um barulho, um susto, sem sofisma

a inércia quebrada se transforma novamente em som

o corpo vibra com os olhos abertos bem distante da lástima

E a vida prossegue rangindo solta pelo ar.