Eu não quero voltar sozinha
Eu não quero voltar para casa,
E não quero ter que sorrir no escuro
abafada pelas cobertas quentes
um sorriso denso, cheio de dor
Eu não quero desistir de tudo
e não quero inventar um novo mundo
dentro dos meus sonhos
Diluídos por cloro e vinho
Eu não quero uma vida insólita
e não quero ser hipócrita
vivendo em um ninho enraivecido
bebendo de um sentimento apodrecido
Eu não quero dizer adeus
a nenhum dos meus estigmas
perdida entre três moribundos
sugando meu egocentrismo
Eu sei que não quero voltar sozinha
e não vou pedir que me acompanhe
Fingindo ser o que não sou
ser saber do que sou feita
Lamentações, lamentações
Fugaz, Fúteis ou despojadas
Você diz que sou diferente
por sorrir mesmo estando doente
Mas o que acontece
é que há meses eu vi a felicidade,
Tinha cheiro de perfume, sais de banho e comida barata
eu quis abraça-la por inteiro ela sorriu pra mim
e no fim, foi embora sem se despedir
Na partida dos meus dias,
Me escondo em escombros vazios
me envolvendo em uma escrita
cheia de começos e nenhum fim
Mas por fim repito
Eu só não quero voltar sozinha
Pelas mesmas estradas já tão conhecidas
Cobrindo de estrelas um céu tão poluído
desenhando na pele, as lembranças de quando era menina