Corpo Exilado
Fugiu,
Do seu corpo,
Da sua mente,
Do seu sonho
Da sua história.
Foi para longe
Onde nem o eco mesmo pudesse o ouvir
Não teve água, nem comida, nem memória
Tinha apenas uma terra de mãe sofrida
Contanto sua estória
Exilado dentro da sua alma,
Viu-se na estrada desaparecer
Mais um se perdia
Antes mesmo de nascer
Enterrou gente,
Não tinha esperança de algo nascer
Nessa terra esquecida
Nem deus por aqui queria aparecer
E foi-se o tempo,
O dia virava noite,
E a tristeza permanecia
Fiel companheira de quem não acredita.
E pela esperança perdida
Pelo sonho exilado
Segue o homem morrido
Morto-vivo zumbizado.
E resolveu aceitar o que tinha
Como errante vivia,
Não tinha água, deus ou Aparecida
O cérebro já não existia
Perdido vagava enquanto o tempo corria
E assim esperava pela morte a única certeza na vida.