Vozes e Versos Silentes de uma Manhã de Agosto

Ouço o mundo e vozes na minha mente

que ziguezagueiam entre as estrelas

que bebi naquele banquete sideral

e nas esquinas os esquifes estão vazios.

Ouço uma gaita assoviar um blues antigo

que viravolteia lembranças e boemias

por onde meus olhos buscavam sonhos

e nas sarjetas partituras de Led Zeppelin.

Ouço vozes gritantes na beira do abismo

e elas cantam canções há tempos esquecidas

por onde sustenidos e bemóis entrelaçados

dançam festins como eu e você.

Reboliços de sons ecoam nas paredes cerebrais

e meus neurônios são curtos circuitos bifásicos

em harmonias celestiais compostas antigamente

no ventre d’onde nasceu a última pitonisa.

São alguns rabiscos copiando a música de mim

que retumbam pelas curvas das vias temporais

mas, o tempo que eu me lembro já é passado

mas, o vento que eu comando é sopro gelado;

então encosto minhas costelas magras na poltrona

e desligo a televisão, desligo o sol e o som,

para poder olvidar todas as angústias silentes

que insistem em deturpar meus versos avessos.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 08/08/2013
Código do texto: T4424909
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