Meras pontuações


Tantas vezes colocamos vírgulas em nossas vidas,
Olvidando-nos de que alteram até mesmo o sentido
Do que pensamos, do que sentimos, do que dizemos,
E, indiferentes, quando mal colocadas, atrevidas,
Dão entendimento diverso ao então pretendido,
Sofrendo as consequências por que assim o fizemos.

Tantas vezes, aplicamos duvidosas interrogações
Em nossas certezas, em nossas próprias assertivas,
Questionando nossas mais convictas verdades,
Olvidando de expressá-las com sonoras exclamações,
Que significariam bem mais, se mostrariam mais ativas,
Comprovando o que realmente sentimos, sem veleidades.

Tantas vezes pretendemos fazer de alguém um ponto,
Ou, até mesmo, em nossas vidas, aplicar o ponto final,
Indiferentes a tudo, a todos, mesmo que pifem,
Perdidos neste mundo louco, de tanto desencontro.
Olvidamo-nos dos sinais diferente e, até mesmo, do igual,
Evitando aplicar o mais adequado – um simples hífen.

Tantas e quantas vezes não demos à vida a oportunidade
De se mostrar como realmente é, um mero interregno,
Ainda indefinido, nascendo, brotando, pura essência,
E se delineando em formas da mais pura simplicidade.
E quantos e muitos não se interrompem, seguem-no,
Por mais três pontos e concluem em meras reticências...
LHMignone
Enviado por LHMignone em 06/08/2013
Reeditado em 30/09/2013
Código do texto: T4422880
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