ESCOLHIDO
Não foi o tempo nem a distância.
Ontem se fez presente.
O barco vai tranquilo nas águas de Catuama.
Abracei a ausência com leveza.
Lembrei o homem andando apressado para o futuro.
Reli poemas, contei histórias,
colhi lágrimas como quem colhe pétalas para um funeral.
No inverno o contato com a terra molhada,
torna fértil a saudade.
Ouço o mugido da vaca Princesa no último adeus.
As histórias, do povo, contadas sem pausa,
no terraço da casa grande.
Fogos e fogueiras misturam-se às lembrança.
Fiz essa escolha há muito...
Não choro o tempo, choro o escolhido.