ESCOLHIDO

Não foi o tempo nem a distância.

Ontem se fez presente.

O barco vai tranquilo nas águas de Catuama.

Abracei a ausência com leveza.

Lembrei o homem andando apressado para o futuro.

Reli poemas, contei histórias,

colhi lágrimas como quem colhe pétalas para um funeral.

No inverno o contato com a terra molhada,

torna fértil a saudade.

Ouço o mugido da vaca Princesa no último adeus.

As histórias, do povo, contadas sem pausa,

no terraço da casa grande.

Fogos e fogueiras misturam-se às lembrança.

Fiz essa escolha há muito...

Não choro o tempo, choro o escolhido.

Fátima Souza
Enviado por Fátima Souza em 06/08/2013
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