SOBRE RESSONÂNCIAS E SIMETRIAS

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Misturam-se à “zuada” de um motor barulhento que circunda o quarteirão, o barulho de um relógio de parede como se só para lembrar que o tempo, realmente, não para; um cronometrado que parece pretender se alinhar ao das gotas que enchem a bacia sob a velha pia... O latido conhecido de um cão nunca visto, o som de pássaros não muito longe. Intercalam-se quando não se entremeiam e/ou se misturam, sons de vassouras ao arrastado de baldes no cimentado; que, pra produzirem o som que produzem, só se provavelmente cheios, vão pelo vão de outros sons que vão pelo meio; os quais não os nomeio porque deles ainda guardo receio...

De repente, ouve-se um barulho que vem diminuindo... O piloto resmunga algo... O som se encorpa novamente e, finalmente, some no final da rua...

Outra vez “a ferramenta” fura a superfície dura e o som perdura...

Segue para grudar pontos d’uma estranha costura

Vultos de pessoas presas em improvisadas tirolesas...

Só se de madeira tamanha barulheira de uma gente “esporeira”...

Que pisa o passo no estranho compasso do martelo...

Que, insistentemente, bate...

E quando não bate

Vigia o pedaço do mundo de nossas dores...

Dos rumores desse estranho arremate...

Saem “atiradores da SWAT”...

Tão barulhentos quanto calados

Compenetrados no que colado

À soma do que ressonado...

Era “metalon”

À parte de madeira

Grudada à pasmaceira que somos desse som...

Tomara que fique bom...

Todos sabem das ventanias

Que passam por aqui nesses dias...

Paulino Neves
Enviado por Paulino Neves em 06/08/2013
Reeditado em 19/09/2018
Código do texto: T4421565
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