LUA DE GRANITO
Ó lua de mármore, de granito,
Que passeia vazante pelos céus,
Escutas! Será que escutas o meu grito,
Selvagem, dolorido como fel!
Teu vestido costura as estrelas
Pincelando-as de agulha em agulha.
O negrume, que faz embrutecê-las,
Como no peito uma ave que arrulha;
Declara-me, com as noivas que caminhas,
Pedras gêmeas do teu colar noturno
Uma apenas, das dores tão sozinhas,
Que brilhe então nesse azul diurno!
Ó lua de mármore, de granito,
Que passeia vazante pelos céus,
Escutas! Será que escutas o meu grito,
Selvagem, dolorido como fel!
Teu vestido costura as estrelas
Pincelando-as de agulha em agulha.
O negrume, que faz embrutecê-las,
Como no peito uma ave que arrulha;
Declara-me, com as noivas que caminhas,
Pedras gêmeas do teu colar noturno
Uma apenas, das dores tão sozinhas,
Que brilhe então nesse azul diurno!