O NAVIO NEGREIRO

A lua deformada era refletida no espelho negro das águas

E as estrelas dançavam freneticamente.

O navio negreiro sinistramente avançava...

Deixando pra trás lembranças da África.

Escravos seriam aqueles homens

Trabalhariam até a morte por nada...

Seriam açoitados durante todo o dia

E só a noite, nos sonhos, voltavam pra casa.

Mas o que era sonho, tornava-se pesadelo

Quando acordassem e vissem que aquilo era real...

Chicotes bailam no ar e cortam a carne

O sangue espirra e o carrasco vibra.

E ele faz com que o navio negreiro fique vermelho...

Seus filhos ficaram para trás

E jamais veriam novamente seus pais.

Depois cresceriam, deixariam de ser pequenos e fracos

Para também tornarem-se escravos...

O navio negreiro singra os mares

Deixando-os sempre mais longe de seus lares.

Logo estariam em terras estranhas, e por sorte...

Alguns não sofreriam tanto, pois logo...

Veriam a morte!

MARIO ALVIM

( Inspirado na obra de Castro Alves)

Poeta imaginário
Enviado por Poeta imaginário em 05/08/2013
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