o todo quebrado

ser-me- ia um céu sem nenhuma mancha, não branco

mas de um violeta que desafie a análise

(...) só aquele barulhinho do mar

tendo a noite como contraste

(como quem sela um cavalo e percorre o tempo)

ser-me-ia uma espécie de fatalidade, que existe em toda cor

indispensável água. fazê-la decorrer do resto

ser-me-ia a horrível exatidão dos segundos

... enquanto a insensatez se degela

moldá-la, dar-lhe forma, a cor, o tom necessário

daquelas cabeleiras de havana

ser-me-ia o silencio, o perfeito demônio

pendendo por um fio do galho

uma calma, um mistério, uma paz

(banho de ar puro sob a tempestade)

uma alma num corpo, onde batia a luz

como se fôssemos soprados

deixando passar a luz do céu, em nossa estrada

com um só golpe de vista

pendurar na parede minha água forte

... só não posso permanecer ‘razoável’

interessa-me menos que o castanho cobre de seus olhos

seja ao pé da letra tão belo quanto um ninho de rouxinol

não gostaria de privar-me do soberbo erro

do castanho vermelho, do violeta, um amarelo pálido, em minha palheta

e a grosso modo, vou quebra-los.

Para que depois não me arrependa.

Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 04/08/2013
Código do texto: T4419283
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