o todo quebrado
ser-me- ia um céu sem nenhuma mancha, não branco
mas de um violeta que desafie a análise
(...) só aquele barulhinho do mar
tendo a noite como contraste
(como quem sela um cavalo e percorre o tempo)
ser-me-ia uma espécie de fatalidade, que existe em toda cor
indispensável água. fazê-la decorrer do resto
ser-me-ia a horrível exatidão dos segundos
... enquanto a insensatez se degela
moldá-la, dar-lhe forma, a cor, o tom necessário
daquelas cabeleiras de havana
ser-me-ia o silencio, o perfeito demônio
pendendo por um fio do galho
uma calma, um mistério, uma paz
(banho de ar puro sob a tempestade)
uma alma num corpo, onde batia a luz
como se fôssemos soprados
deixando passar a luz do céu, em nossa estrada
com um só golpe de vista
pendurar na parede minha água forte
... só não posso permanecer ‘razoável’
interessa-me menos que o castanho cobre de seus olhos
seja ao pé da letra tão belo quanto um ninho de rouxinol
não gostaria de privar-me do soberbo erro
do castanho vermelho, do violeta, um amarelo pálido, em minha palheta
e a grosso modo, vou quebra-los.
Para que depois não me arrependa.