Risos reservados

Numa térmica cheia de

café mora alguns dos

risos a mim reservados.

Não ajudam a viver, mas

tantas cousas não o fazem...

Consumo, engasgo, trago cego.

Queima mia língua parca, mo céu

volátil da boca. As veias rubras

que surgem nos olhos também queimam

e sigo acordado.

Sacia a sede, esquenta o peito,

aviva personagens antes mortas,

dá aspecto brilhante àqueles que também o tragam;

mantém confortáveis

alguns dos risos a mim reservados.

Na mesa de madeira é possível

distinguir garrafas lindas.

O dia enverga manto negro, a

natureza perde suas leis.

Ouço descuido do amante (que fui)

escolher u'a frase de amor

esdrúxula num momento carnal.

Com dor lancinante nos olhos, saudade, hálito azedo

tento dormir

e sigo acordado.

Ubaldo Vinícius
Enviado por Ubaldo Vinícius em 04/08/2013
Código do texto: T4418899
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.