A Geometria por Strauss
O triângulo aberto perdeu um vértice reto,
por milímetros se perderam noventa graus,
e na vida também é assim, atrás do objeto,
esquecemos a riqueza da valsa de Strauss.
E dentro do necessário espelho do armário,
olhamos os desenhos dos sulcos do tempo,
os lacres da sorte, última página do anuário,
as fechaduras da morte, luz final do evento.
E dentro dos obscuros corpos da matemática,
permito-me contar por fórmulas e reformas,
as histórias conformadas, curta vida temática,
local donde rabisquei meus sonhos e normas.
Então vou estender o polígono a cada respirar,
vou acatar tudo, do frio da noite ao calor do dia,
vou juntar a louça do almoço à minha covardia,
e abraçar cada nota da melodia no meu jantar.