CISNE NEGRO

Estamos todos envolvidos, inconscientes

no lago dos cisnes, como personagens

de Tchaikovsky na dança da razão.

Pares incongruentes do mal e do bem,

contra a supremacia da emoção.

Insana busca de superação

das dificuldades físicas,

procurando harmonia entre beleza.

Tal qual Apolo, equilíbrio e razão,

com respostas a questões sem nexo.

Adiadas por nós mesmos, amplexo

da alma e do corpo, suplicando sincronia,

há ordem mental, sem movimento obediente.

A mente comanda no auge da sabedoria

o corpo não corresponde, pede aposentadoria.

Ingrata consequência de busca da perfeição,

insana luta por analogia, na contramão,

corpo e mente em guerra fria.

Morte anunciada do físico, em exaustão

em plena vida do intelecto, em agonia.

Eterna tentativa de fuga ao pré-concebido

o branco do cisne no negro enfim, fundido.

Londrina, 03.08.13

00:24

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 03/08/2013
Código do texto: T4417103
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