Olhos de viúva
Amordaçando o som que sairia da boca
Exercício diário com a língua
Estrangulando à força do pensamento
Como se estivesse morrendo à míngua...
Sem urros ecoando no silêncio
Feito represa de águas mortas
Anjos caindo com asas tortas
Como se tivessem engasgo nas asas
Extirpar a voz presa na garganta
Com o pescoço preso na forca
Gritando com a voz do pensamento
E a cabeça ficando oca...
Dos olhos caem lágrimas de chuva
Feito olhos de viúva...
Sangro por calar-me
Feito corte que não deixa cicatriz
De joelhos na privada
Vomito para dentro
Engulo terra, raiz e unguento.
Tony Bahi@.