Índia
Menina larga
De face rubra,
Teu jeito conformista, acompanhando teu corpo pesado constitui a beleza do teu universo.
Menina tola, acredita em tudo o que o branco fala.
Teu rosto feio, teus traços imperfeitos.
Teu corpo, nada mais que teu corpo, sentado em casa, amamentando os filhos.
Teus negros cabelos despenteados jogados em teus ombros são mudos como a noite, e teus olhos fechados, o escuro.
Mistério da vida!
Menina larga,
Não é fantasia, nem é recordação, é o agora.
És tu a índia que me povoou e que não nega a vida.
Não mudaste nada, és o que és e sempre serás.
Por que o branco quis Iracema, meu Deus?