O Que se vê
O que se vê;
O que se faz.
As vezes se conhece pela tv.
Vai que a violência,
Que acabou com a inocência,
Que faz das atitudes a indecência moral,
Perpetua-se nos lares,
Massifica-se nos bares...
Fazendo toda essa ordem subverter.
No princípio eram flores;
No meio horrores;
E agora o que pode ser?
Já se frequenta religiões,
No intuito de poder fazer.
Mas tenha consciência,
Que entre o bem e o mal...
Está você.
Estamos vendo nos jornais,
Jovens e adolescentes,
Pensando que são gentes,
Matando e pregando morrer.
Muitas vezes já não saio;
Fico como você no ensaio.
Entre grades e paredes,
Tentando entender,
O porquê dessa impaciência?...
O Porquê desse estado de carência?...
O Porquê de tanta violência?...
Se eu sou como você?!...
Vamos entender.
Mesmo que seja um rei,
Mesmo que eu seja um gay;
Mesmo que eu seja preto;
Mesmo que eu seja pobre...
Tenho que me curvar a lei.
Se eu sou como você?!...
Tenho que merecer...
Hospital de boa conduta;
Escola renomada;
Segurança aprovada...
E lazer para não adoecer.
Se eu sou da avenida;
Se eu sou da periferia;
Se eu moro no apartamento;
Se eu moro nas palafitas...
O que importa é o meu ser.
Ando meio descuidado e você?!...
Em meio a essa violência,
Assiste tudo da tv.
Que culpa tenho eu;
Que culpa tem você?!...
De um adolescente desviado;
De um adolescente não assistido.
Entrar no seio familiar,
Por uns trocados,
A sangue frio,
Puxar o gatilho e matar o filho.
Seja ele Acreano, Boliviano...
Seja ele Paulista ou Atleticano;
Seja ele do Polo norte ou do Sul;
Do meio do mundo...
O que vale dizer é o senso de justiça.
O senso da dor...
A saudade.
Se o Estado, no conjunto de suas políticas,
Olha o mal com inércia;
Se o Estado, olha o bom como Lucrecia...
Está mais do que na hora de exigir Democracia.