Do Poeta

Quando o poeta se aproxima

todos os meus fantasmas vão embora...

e como um bom anjo ele rima

a paz (mesmo quando o peito chora).

Não sei se vem de baixo ou de cima...

se me inunda ou se só aflora;

sei que sua água é uma lima,

que mina minha dor e a devora.

O poema vem num parto tranquilo

e, mesmo quando dói, me dá prazer

sentir que (do poeta) vai nascer

o soneto...e que eu vou pari-lo...

mas, só muito depois, irei senti-lo

como filho que pude escrever.

02-08-2013

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 02/08/2013
Reeditado em 10/12/2015
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