É domingo

As ruas desertas de multidões

As praças desacompanhadas de gente

O farol reflete a poça de lama

É domingo

O momento de viver já passou

É hora de voltar para casa

Ligar a TV e ler o dia nas páginas de jornal

Com sorte um café morno

Um murmúrio entediado

E toda a tarde pela frente

Lá fora as nuvens rodopiam, o vento mexe as folhas

Cá dentro tudo é retangular e a cores

Não se tem ponto de chegada

Aliás, você já se viu, nem que seja no espelho, hoje?

Ainda há tempo para um último convite

Ver a vida passar

Cortando o dia como lâmina

Tudo passou

Mas ainda espero pelo gargalo do mundo

Na embriaguez que provoco

Para sentir por estrias do tempo

Que ainda resisto

Existo

Mas quem sabe amanhã eu mude de ideia

Ao abrir o olho para a vida com desânimo

De quem não a encontrou

Tato Silva
Enviado por Tato Silva em 01/08/2013
Código do texto: T4415484
Classificação de conteúdo: seguro