Toques noturnos, dias em círculos!

Noites convencionais, horas congelantes,

Toques distantes, seixos emocionais,

Fagulhas abertas, fogos crispantes,

Crepitante centelha sobre o olhar no vazio,

Passa, passagem, o tempo que revigora,

Tudo a contento, apenas a demora,

Empurra para amanhã, pede paciência,

Qual não é a vez que noite ajuda,

Hoje um bom dia para olhar por dentro,

Sentir o calor mais próximo, muito mais próximo,

Gargantas doentias ficam nas paredes da sala,

Tal o medo que corrompe o entorno,

Estorvo anunciado em cima da hora, recuos,

Sinais do cansaço mediante tantos afazeres,

Olhar pede folga, um tempo, carinhos,

A paciência chora por esperar mais um dia,

O corpo febril, treme com a presença,

Pela manhã tudo é correria, a tarde travessa,

Novamente a noite na escuta de um sortilégio,

Refém da boa vontade, alheio aos desejos,

Vez ou outra, apenas lampejos catados a esmo,

Um doce sabor que mal se aproxima da boca,

Tira o sono, volta o sono, o sono vai embora,

Sobram sonhos como migalhas, mais lampejos,

Ardência de um insano desejo, de aproximação,

Noites congelantes, horas convencionais,

Apartes inesperados, princípio de fuga,

Emoção aberta, olhos dilacerantes,

O diletante empenho de bem estar, tudo na calma,

Calam-se pela noite que se avizinha, brisa curta,

Esperam pela próxima noite, quem sabe?

Nada fica programada, nada fica certo, só ocasos,

Desses que vem & até tira do sério, nada justo,

Naquilo que insiste, por bem quer & tanto,

Se nada demonstrasse, o que seria?

Um olhar vagando na solidão da noite outra vez...

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 08/04/2007
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