Na Cidade
Andam pagãos,
Corruptos e ignorantes.
Meninos tornam-se bandidos;
Mulheres tornam-se cortesás,
Falam em muitas línguas sem nada entender.
Acreditam na necessidade de ter.
E assim vão construindo um nada para ir a lugar nenhum.
A idéia de ser é quem tem poder.
Não se ouve a voz,
Só os gemidos,
Pois quem com ferro feri,
Com ferro serão feridos.
Dentro dessa lei vão escrevendo na alma,
Vão decidindo a vida.
O olhar apagado,
A alegria reprimida,
Vão aguçando o silencio dos inocentes.
Não se importam com o outro,
Mas acreditam que morrer é a solução dos nativos.
A imperfeição está na pressa,
Na insegurança e na injustiça da lei.
Embora o estado alegue liberdade,
Há nos semáforos,
Nos cantos das ruas, no lixão e nas periferias da cidade...
A ideologia da baixa estima,
Da indignação, do descrédito e da falta de humanidade.
Se não acender a luz,
Veremos essa selva de pedras,
Assassinar o seu legado.