Do Bicho-Máquina

O bicho-máquina (com selo de ser-humano)

come, bebe, dorme...em um repetir constante...

como se fosse a água...a vida, o cano...

e a morte, o seu misterioso hidrante.

Na sede aparente do presente momento

ele vaga com sua carne de deserto

e não percebe o seu espírito sedento

que parece miragem, mas que está tão perto.

O prazer da matéria lhe abre as torneiras

e ele banha a vaidade infantil

porque, para ela, sua mente é um rio

que esconde, no entanto, grandes cachoeiras...

se ele não sente, sentirá ou já sentiu

o qu'é ter águas falsas com sedes verdadeiras.

31-07-2013

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 01/08/2013
Reeditado em 10/12/2015
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