Do Bicho-Máquina
O bicho-máquina (com selo de ser-humano)
come, bebe, dorme...em um repetir constante...
como se fosse a água...a vida, o cano...
e a morte, o seu misterioso hidrante.
Na sede aparente do presente momento
ele vaga com sua carne de deserto
e não percebe o seu espírito sedento
que parece miragem, mas que está tão perto.
O prazer da matéria lhe abre as torneiras
e ele banha a vaidade infantil
porque, para ela, sua mente é um rio
que esconde, no entanto, grandes cachoeiras...
se ele não sente, sentirá ou já sentiu
o qu'é ter águas falsas com sedes verdadeiras.
31-07-2013